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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Impressionismo - Rupturas da Mentalidade Clássica






Para pensar as rupturas na mentalidade clássica da arte ocidental, podemos realizar diversas abordagens, recorrendo a diferentes momentos em que se ofereceu resistência às convenções acadêmicas no mundo artístico. A abordagem escolhida nesse trabalho é a que nos pareceu representar, entre as diversas rupturas que se testemunhou (umas menores, outras maiores), a grande ruptura, o grande divisor de águas; trata-se de uma arte que se transforma por acompanhar a passagem de um mundo “manual” a um mundo industrial, evento que impõe ao sujeito “moderno” um estilo de vida até então inédito.

Além do tema que se inova por conta do contexto histórico, o Impressionismo, que acolhe e dá prosseguimento ao realismo de Courbet, é o escolhido como o movimento artístico que rompe, de forma definitiva, com as amarras de uma arte normativa para privilegiar a sensibilidade do artista, abrindo caminho para a modernidade, que significará uma avalanche de estéticas novas e livres, que florescerão ao longo do vertiginoso século vinte.

Nos idos do século dezenove, os alicerces que sustentaram a arte durante toda a sua história começam a sofrer abalos. Com o advento da revolução industrial, tradições sólidas como o próprio artesanato começam a se transformar: o trabalho manual cede espaço à produção mecânica e a oficina é substituída pela fábrica.

De acordo com o historiador da arte E. Gombrich, a revolução da arte moderna
começa em Delacroix, que nutre grande admiração pelos românticos ingleses Turner e Constable, cujas paisagens já representam certo desprendimento da arte oficial - o artista inspira pela atitude subversiva com relação à arte acadêmica e sua técnica autônoma, como bem ilustra o crítico de arte Will Gompertz: “A Liberdade guiando o povo é uma exposição virtuosística de técnicas da pintura moderna com suas cores vívidas, atenção à luz e pinceladas enérgicas, elementos que seriam centrais no movimento do impressionismo, cerca de quarenta anos depois” (2013, p. 39) - posteriormente passa por Courbet, que exerce papel importante no trajeto do Impressionismo, com sua temática social, que afasta-se ainda mais da arte clássica, desembocando em Manet que, embora haja controvérsias (o crítico de arte Giulio Argan classifica-o como um realista), é visto, em geral, como o pioneiro no movimento Impressionista.

Cabe aqui uma breve descrição da relação dos impressionistas com o programa de Courbet. Esse artista francês, que nomeia sua produção artística de pintura realista, confronta a ideia preponderante nas academias de que a pintura digna é aquela que epresenta personagens dignos (nobres), excluindo figuras como a do camponês, do pobre e do trabalhador, que também exercem seu papel na sociedade. É justamente essas figuras que Courbet vai homenagear em sua pintura, deixando suas marcas para a geração vindoura. Courbet cunha o termo “realista” ao abrir, em 1855, sua exposição individual numa espécie de “barraco” em Paris intitulada de “Le Realisme” (Coli, 2007).

Avesso ao ensino acadêmico, seu intuito era ser discípulo apenas da natureza, com seu lema “pinto o que vejo”, o artista queria representar o mundo tal como o via e essa atitude inovadora vai encorajar seus sucessores impressionistas a enfrentar o convencionalismo para respeitar sua própria consciência estética.
Essa atitude, de certo modo, prepara o campo em que floresce a geração dos impressionistas, que se inicia, para muitos teóricos dedicados ao tema, com Edouard Manet e seu “almoço na Relva” considerado escandaloso e que levará adiante o programa de Courbet e sua ética do olhar (“pintar o que se vê”). A diferença, vale mencionar, é que Courbet pinta a classe trabalhadora e os impressionistas irão privilegiar a vida burguesa em suas telas, em função do contexto em que eles próprios viveram (o que trataremos mais adiante).

Esses artistas confiarão aos seus olhos, mais do que aos preceitos acadêmicos, a tarefa de interpretar a natureza, alcançando descobertas inéditas em toda a história da arte.
Com essa experiência, que propicia verdadeira revolução no manuseio e combinação das cores, percebem que, ao olharmos a natureza, a imagem que dela formamos se dá à partir de uma rica mistura de matizes que se combinam em nossa mente, por uma espécie de integração cromática que o cérebro opera, tratando-se de um processo dos olhos (processo que será levado às últimas consequências pelos pintores do chamado divisionismo).

À partir disso, os artistas vão trabalhar intensamente em suas obras, causando
verdadeira explosão de cores, como bem descreve Gombrich: “Sabiam que o olho humano é um instrumento maravilhoso. Basta lhe fornecer a sugestão certa e ele se encarrega de construir para nós a forma total que ali está” (1988, p. 412).
 



2. SOBRE A TÉCNICA

 
Uma das marcas principais que nos remetem à estética impressionista é o registro da

luz: seus diferentes efeitos ao longo do dia podem ser melhor observados, uma vez

que as pinturas são feitas ao ar livre, em função da revolucionária tinta a óleo que

permite ao pintor exercer sua atividade fora dos ateliês (“en plein air”), em contato


com a natureza.

Esses artistas estão fascinados com as variações cromáticas proporcionadas pela

atmosfera e a ideia de captá-las em suas telas é o verdadeiro desafio - para isso é

preciso certa agilidade na técnica para não se perder o instante e daí o aspecto “tosco”

(a princípio) das pinceladas grossas e das manchas, que vão gerar choque e muita

polêmica no público daquela época : “A tinta, pela primeira vez, tornava-se um meio
cujas propriedades estavam sendo celebradas ao invés de disfarçadas” (Gombrich,


2013, p. 34).

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C. Monet
 

Nessa pintura privilegia-se menos o contorno e os limites bem definidos de outrora do

que as cores, a luz e a sombra. As manchas coloridas é tudo que esses artistas,

tomados pela investigação cromática, oferecem, ficando o resto por conta do

observador – é o chamado princípio óptico, do qual eles não abrirão mão. Ainda sobre

as cores, o preto e os tons escuros são completamente abandonados e as cores da

paleta são puras. Além desse aspecto, há nesses artistas uma vontade de recuperar a

espontaneidade do olhar, que fora perdida no “enclausuramento”, de certo modo, do

ateliê.

Podemos ver que todos os aspectos da inovação estética que o impressionismo

apresenta giram em torno de um acontecimento, a partir do qual ocorre uma sucessão

de motivações: a tinta a óleo, que permitiu a pintura ao ar livre, é também o que

propicia a inovação do tema, bem como o interesse pela luz e pelas cores, bem como a

captação do instante, o interesse pelas paisagens e pelo entorno, a retratação do

cotidiano, etc.

Nenhum interesse ideológico ou político unia esse grupo de artistas e não havia um

programa preciso; o que havia era apenas um acordo sobre alguns pontos, conforme

nos relata G. C. Argan: “a aversão pela arte acadêmica; a orientação realista; total



desinteresse pelo objeto – preferência pela natureza morta e paisagens; a recusa dos
 



hábitos de ateliê, de dispor e iluminar os modelos e de começar desenhando pelo



contorno para depois passar à cor e; o trabalho en plein-air” (2013, p. 75).
 


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Renoir
 




2. SOBRE O TEMA




Com a queda dos velhos chavões (“o tema digno”; “o desenho correto”), que são


solapados, ao lado da influência exercida por Courbet, pela novidade da pintura ao ar

livre e a sensibilidade autônoma do artista, qualquer lugar do mundo, subitamente,

passa a ser o tema para o novo artista.

Esses pintores se vêm inspirados, também, pelo contexto daquele último quartio do

século XIX, especialmente em Paris. Esse grupo de pintores retrata a vida burguesa e a

novidade trazida pela reurbanização de Paris que, então, se projeta para ser o centro

do mundo, uma cidade cosmopolita. Eles são pintores da vida moderna. Os próprios

artistas são filhos da burguesia (filhos de banqueiros, de artistas e outros) e estão

profundamente inseridos nesse “espírito de época”. A celebração do progresso é o que

marca essa geração do final do século XIX e o projeto da modernidade será o principal

sujeito da pintura impressionista.

Já nos românticos Turner e Constable é possível notar certo pressentimento de uma

nova era, ao serem retratadas nas telas as locomotivas, os vapores e a fumaça. Os

impressionistas, algumas décadas a frente, darão prosseguimento a essa impressão

que se confirma, garantindo continuidade à inovação temática, sobretudo ao

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testemunhar, não só o impulso industrial, mas também a reurbanização de Paris, feita

por Georges-Eugène Haussmann entre os anos de 1852 e 1870, que alterará

profundamente o visual da cidade. “Sentados em cafés, conversando, os jovens argutos



viam a cidade mudar fisicamente diante de seus olhos. Paris estava sendo
 

transformada de uma gruta medieval numa cidade avançada”. (Gompertz, p. 35).


Boulevard des Capucines, 1873 – C. Monet

Boulevard des Capuccines, J. Beraud

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São transformações radicais que alteram a vida parisiense e também o tema das

pinturas de então, como os bulevares (que vemos bem em Pissarro), os bailes (que

Renoir bem retrata), as estações de trem (como a Gare Saint- Lazare de Monet) os


jardins, os parques, os cafés, os bordéis, os bares e a vida boêmia, além disso a

eletricidade que ilumina as ruas, que antes eram becos escuros e úmidos.


Pissarro
 

Com a iluminação pública o que se ganha é um “pedaço” do dia, que antes era um

momento reservado ao recolhimento, permeado de medos e superstições e que,

então, converte-se em momento de diversão, e com isso o lazer torna-se a grande

novidade, inclusive com a redução da jornada de trabalho que permitia aos cidadãos

de então dedicarem um tempo para “passear”. Há também o trem que passa a

permitir uma visita ao campo ou ao mar em poucas horas e suas paisagens reforçam a

diversidade temática e paisagística.

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Gare Saint Lazare – C. Monet
 

A reunião de todos esses fatores desembocará numa intensa movimentação da vida

parisiense: tem-se uma sociedade em plena mutação e o otimismo, de modo geral, é o

que permeia o imaginário, inclusive o dos artistas. Uns exprimirão seu entusiasmo

centrando-se na nova metrópole e outros fugindo dela, com as paisagens do campo,

por exemplo, contudo, o que é comum a todos eles é que as cenas da vida cotidiana e

as pessoas comuns vão tomando o lugar que outrora era reservado aos deuses ou à

nobreza.

Ligados aos benefícios provenientes da tecnologia, há dois fatores que merecem

destaque: o advento da fotografia e o “japonesismo” (em alguns autores, também

chamado de “japonismo”), detalhados a seguir.



4 A FOTOGRAFIA



A fotografia, descoberta em 1839 e bastante desenvolvida naquela segunda metade

do século dezenove, embora tenha oferecido dificuldades a alguns pintores, que

levavam a vida fazendo retratos (até então sem rivais), pode também ser considerada

como uma aliada do movimento artístico em questão. Para Gompertz, a própria

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compulsão de pintar fora dos ateliês é intensificada pelo advento da fotografia, que

trazia aos olhos a beleza do exterior, além de estimular “o apetite do público por
imagens da vida cotidiana parisiense” (2013, p. 36).


Os resultados fotográficos indicavam a beleza e o encanto que ofereciam, também, as

cenas efêmeras, triviais, os ângulos pitorescos, todos igualmente dignos de serem

retratados.

Felix Nadar

O conjunto desses fatores, naturalmente, vai redesenhando a temática das artes. O


interior das residências burguesas iam, aos poucos, substituindo os retratos por telas

de paisagens, até mesmo como uma inspiração ou lembrança de uma natureza que a

cidade, em plena (re)urbanização, já não mais oferecia.

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J. Beraud

Podendo o pintor ceder o lugar dos retratos ao fotógrafo, surgia a oportunidade de

dedicar-se a novas pesquisas plásticas, que irão se desenvolver juntamente com a

fotografia. A fotografia, portanto, embora tenha representado um golpe para alguns

artistas, sobretudo aqueles que se ocupavam da pintura retratística, por tornar a

representação realista “progressivamente caduca”, para usar um termo de Nicolas


Bourriaud (2006, pag. 81), colaborou, por outro lado, de forma significativa com os

experimentos estéticos que serão a semente da arte moderna.

A fotografia, dispensando o artista do compromisso estritamente realista, acaba por

fechar um ciclo, hipoteticamente falando, de desenvolvimento da arte, que culminará

no período moderno: como num processo dialético, podemos pensar que houve o

idealismo, da arte clássica, que levou o artista, em um dado momento, a uma vontade

de maior realismo que, mais tarde, transformado em “função” da fotografia, libera o

artista para prosseguir com suas pesquisas estéticas, o que irá culminar na total

liberdade de criação (que, agora, independe tanto das normas ideais como das

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realísticas), cuja explosão assistimos nas vanguardas artísticas do século XX. A

fotografia consiste, pois, em um elemento de peso nesse ciclo.



5. O JAPONESISMO



Com relação ao japonesismo, cumpre lembrar que as gravuras japonesas que, com o

comércio em vigor entre Japão e Europa, chegavam à esta por meio das embalagens

(dos chás, fumos e outros produtos), exerciam grande fascínio nos artistas atentos,

mas mais do que isso, fazia-os enxergar o quanto eles estavam impregnados das

convenções europeias e como obedecê-las não era, de fato, a única condição para o

fazer artístico. Essa percepção exerce forte impacto nos pintores, além de um grande

entusiasmo pelas possibilidades que se abrem, pelos diversos modus operandi que se


revelam naquela arte oriental. Podemos ver essa influência nas telas de Gauguin, nas

litografias de Lautrec e algumas pinturas de Van Gogh (que já fazem parte de uma

geração chamada de pós-impressionista).

Lautrec

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Lautrec

Van Gogh

Referindo-se à importância da fotografia e das gravuras japonesas para a formação e

evolução dos impressionistas, Gombrich comenta: “Talvez essa vitória não tivesse sido



tão rápida nem tão completa se não fosse por dois aliados que ajudaram as pessoas do
 

século XIX a verem o mundo com olhos diferentes”. (1988, p. 416).


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6. O SALÃO DOS RECUSADOS



Um acontecimento que marca essa geração de pintores impressionistas e não pode

deixar de ser considerado é o salão dos recusados. Em 1863, em resposta aos

protestos dos artistas recusados pelo Salon de Paris, que era destinado aos artistas


membros da Real Academia francesa, o imperador Napoleão III organiza em paralelo

ao salão oficial o Salon des Refusés, que acabou atraindo grande público, a princípio


para ridicularizar os trabalhos dos recusados, mas que, posteriormente, passa a ser

forte concorrente do Salão oficial. A partir daquele ano, muitos artistas passam a

organizar exposições independentes - dentre eles destacam-se os impressionistas, em

1874 – o que faz do salão dos recusados um marco para o surgimento da pintura

moderna.



7. CONSIDERAÇÕS FINAIS



Com esses fatores fundamentais na revolução da chamada arte moderna (a pintura ao

ar livre, as alterações visuais da modernidade, a fotografia e o japonesismo), podemos

compreender o solo em que se deu a grande ruptura realizada na mentalidade clássica

da arte ocidental naqueles anos do século dezenove, ruptura essa das mais

impactantes, por nascer de um novo olhar; de uma alteração na própria visão de

mundo, que as pessoas experimentavam, ao ver seus modos de vida invadidos e

transformados pela tecnologia (inclui-se aqui também as transações internacionais e

suas consequências globalizantes). Era a industrialização operando uma

“reestetização” de suas rotinas. Nas palavras do historiador da arte A. Hauser:




“É um estilo urbano que descreve a mutabilidade, o ritmo nervoso, as impressões súbitas, intensas, mas
 



sempre efêmeras da vida citadina. E justamente como tal é que implica uma expansão enorme na

  


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percepção sensorial, um novo aguçamento da sensibilidade e, com o gótico e o romantismo, significa um



dos mais importantes pontos de mutação na história da arte ocidental”. (2003, p. 897)
  


Foram cerca de trinta anos de combate às mentes que ainda se encontravam

apegadas à padronização da arte acadêmica, no entanto, o triunfo dos impressionistas

é completo (embora nem todos os pintores puderam vê-lo em vida), para prejuízo,

inclusive, da crítica, que vê sua credibilidade bastante abalada, uma perda para a

categoria da qual, segundo Gombrich, jamais se recuperou, dado que a saga do

impressionismo consagra-se como símbolo do fracasso desse público em reconhecer

novos métodos emergentes como qualificados e potencialmente promissores (1988, p.

453).

Todo o otimismo do impressionismo termina com a eclosão da primeira guerra

mundial, cuja angústia e pessimismo farão nascer um novo movimento artístico: o

Expressionismo. Todavia, a luta dos impressionistas em legitimar sua arte tornou-se

valiosa fonte de inspiração a todos os entusiastas da arte moderna, o que se provou

durante o século XX, nas vanguardas que ali floresceram.

Munch (inspiração para os primeiros expressionistas)

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BIBLIOGRAFIA:




ARGAN, G. C. “Arte Moderna”. São Paulo, Companhia das Letras, 2013.
BOURRIAUD, N. “Estética Relacional”. Buenos Aires, Ed. Adriana Hidalgo, 2006.


COLI, J. “Bom dia, senhor Courbet!”. In NOVAES, A. (org.), Ética, São Paulo, Cia das.

Letras, 2007.

GOMBRICH, E.H. “A História da Arte”. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara, 1988.
GOMPERTZ, W. “Isso é arte?”. Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahar, 2013.
HAUSER,Arnold. “História social da arte e da literatura”. S. Paulo, Martins Fontes, 2003
PROENÇA, G. “História da Arte”. São Paulo, Ed. Ática, 2001